O Cruzeiro receberá,
neste final de semana que se avizinha, o São Paulo em sua casa provisória, o
Parque do Sabiá. Naquela casa, o conceito de lar se aproxima muito mais do
visitante que do anfitrião, dada sua proximidade regional com a capital
paulista. Em geral, e não é muita novidade, os torcedores do “bico” tem o
péssimo costume de serem fãs dos times do estado vizinho, São Paulo.
A local da partida,
distante de nosso verdadeiro lar, na Pampulha, se deve a uma punição sofrida
pelo Maior Clube de Minas em razão de atos – digamos assim – inadequados de
seus torcedores. Atos de vandalismo, briga entre torcedores e outras
bestialidades semelhantes.
Em dia de comemoração!
Para tornar a coisa ainda mais bestial, ou melhor ainda, mais besta. Sô!
Note que não faço
distinção entre bons e maus torcedores. Não os coloco entre aspas e nem os
condeno a uma cela – merecidíssima! – pela burrice de seus atos. São torcedores
do Cruzeiro – pouco inteligentes, para ser franco – e ponto final. E, por isso,
o clube pagará a punição que lhe cabe. E, sim, lhe cabe!
Não compartilho dessa ideologia
de que esses “arruaceiros”, “vândalos”, “criminosos” e portadores de outras alcunhas
criativas, não são “torcedores de verdade” do Cruzeiro. São sim, são
torcedores, fazem parte de uma imensa massa China de mais de 8 milhões de pessoas que
colocam a cor azul como a sua preferida, o Cruzeiro do Sul como a melhor
constelação e um clube de futebol entre seus filhos e parentes na hora de pedir
uma benção antes de dormir.
É o preço que se paga
por se ter uma torcida imensa. É o dano colateral de se ter seguidores tão
apaixonados. Em uma torcida tão numerosa cabe todo tipo de gente, dentre eles
os “maus e inconseqüentes” que, apesar disso, são sempre “corajosos e fiéis”.
Para que não nos sintamos demasiado seguros, talvez dissesse aquele senhor de
semblante grave e vasta barba branca.
Ainda que nada justifique
a banalidade de uma agressão entre irmãos, ainda que nada justifique o
descontrole da agressão ao inimigo – a este damos o nosso melhor desprezo,
ainda assim são torcedores do Cruzeiro Esporte Clube. E ninguém, nem o mais
correto Cruzeirense, pode lhes tirar a alegria das vitórias e a tristeza das
derrotas que cada um de nós sente ao final de cada combate.
Que eventos
lamentáveis como os que vimos em 2013 não se repitam. E que não se repita nunca
mais a tentativa de se desqualificar o sentimento de um cruzeirense, seja ele
quem for, tenha ele feito o que tiver feito, pois é inútil. Este sentimento
nunca vai parar.